Hoje vamos escorrer
sangue nesta crónica. O homem é a pior besta de si mesmo! Porquê? Porque
vemos na televisão e nos jornais as barbaridades dos árabes do Estado
Islâmico e julgamos que tudo começou este ano ou no ano passado. Engano puro: o homem é
um animal assassino desde sempre, desde que dois homens quiseram a mesma mulher
ou a chefia do mesmo cantinho do mundo. As exceções, normalmente, são os que
morreram.
Não vamos aos romanos que periodicamente arrasaram Jerusalém e mataram quem
não conseguiu fugir, nem aos judeus que arrasaram romanos e outros
imprevidentes que se meteram no seu caminho. Homens que mataram e homens que
foram mortos são, infelizmente, demais
para o espaço de que dispomos aqui no jornal. E não precisamos recuar muito: a
atualidade próxima serve perfeitamente
Resumamos alguns dos massacres que podem explicar muito do que nos
horroriza nos meios de comunicação.
LISBOA - PORTUGAL 1506:
Acusados pela populaça de serem os causadores da seca, da fome e da peste,
foram mortos selvaticamente centenas de judeus novos, portanto, já depois de
convertidos à força ao cristianismo.
NANQUIM - CHINA 1937:
As tropas japonesas saquearam, violaram e massacraram mais de 155.000
chineses, civis e militares.
BABI YAR - UCRÂNIA 1941:
Entre 29 e 30 de Setembro de 1941, foram mortos mais de 90.000 judeus.
CHARANDIRU - BRASIL 1992:
Na Casa de Detenção de S. Paulo, durante um motim, a Polícia Militar
matou 111 presos sem sofrer baixas. O
responsável foi julgado e condenado a 632 anos de prisão. Mas de seguida foi
absolvido, mesmo a tempo de ser assassinado.
Porque o espaço, e a vontade do cronista de prosseguir nesta linha de
horror não é, compreensivelmente, muita,
passa-se a apresentar apenas uma lista sucinta de horrores: Maomé teve que
fugir de Meca para Medina com os seus seguidores para não serem mortos, o
Holocausto de todos bem conhecido, os milhões de russos mandados chacinar ou
morrer de fome e frio por Stalin, os índios da América, os mortos na Bósnia em
1995, os jahidistas que cortam o pescoço aos "infiéis", são coisas de
que o Homem não se pode orgulhar.
O Homem mata, assassina, destrói o seu semelhante. A chamada fera mata para se alimentar. Afinal quem é o selvagem, o Homem que mata por prazer e sadismo até religioso, ou o bicho que na selva luta pela sua vida?
O Homem mata, assassina, destrói o seu semelhante. A chamada fera mata para se alimentar. Afinal quem é o selvagem, o Homem que mata por prazer e sadismo até religioso, ou o bicho que na selva luta pela sua vida?
Por isto, por esta vergonha, é que não me importo com as notícias que vêm
nos jornais sobre quem virá a ser o treinador de um qualquer clube de futebol
na próxima época.
António Nunes de Almeida
14 de Junho de 2015