AJUDA AÍ ANTES QUE O POLÍCIA ACORDE!
É pr’aí que as coisas se vão derrapando como nos
orçamentos das obras feitas para o Estado.
Mas
nunca cheguei a pensar que a minha já tão conhecida bichana fosse “eleita” para
caçar em vez de um cão!
Que
ela cace ratos, tudo bem, mas a dificuldade é que os ratos estão cada vez mais
difíceis de apanhar! Olá se estão! Eles
passam em frente das ratoeiras e riem-se! Só os ratos mais inexperientes mordem
o isco. Mas aparece sempre depois uma ratazana que a troco duns milhos sabe
como as coisas se podem empatar a caminho do esquecimento, e o inexperiente
ganha calo na cauda e também nunca mais o apanham!
Mas donde vem este desaforo de quererem pôr os gatos a
caçar? Espero que seja só conversa…Tenho para mim, que esse desatino vem de não
haver neste cantinho uma força democrática – deixem-me utilizar a palavra antes
que se perca por falta de uso – que comande coisas tão sérias como o carapau e
o estremunhado bife de todos os dias. Há mesmo vozes maldosas que lhe chamam, pela raridade, o osso de todos os meses.
E como tudo está assim, quem não consegue nem o magro osso
buco, pelas vias da usança normal, começa a olhar para o lado a ver se há
canela onde possa ferrar. Sabe-se que para morder canelas o gato não é o mais indicado. Mas é o que se arranja...E dos cães é ouvir falar deles nas mercearias onde os Srs. Abrantes clamam …”Esse gajo tem cá na loja um cão enorme!” ou …”Essa ai de aipad na mão, faz-se fina, mas
quem lhe fia o chouriço sou eu!”. E anda de Mercedes...
Ambas
as situações são uma prova do que digo. Mas bem pior é o que acontece a quem
tem mesmo que arranjar um gato bom trepador e rápido na fuga para obter o que
precisa e a Santa Previdência Social lhe não dá.
Remédios
ainda não são os mais atingidos pela ilegalidade. Enquanto houver reformados
que troquem os remédios receitados pela malga de uma sopa, tudo vai correndo a
feitio.
Porque
é mesmo assim. Senão, como era antigamente com o mercado negro? Se não havia
vaca, comia-se burro “extraído” na primeira quinta desprevenida. Não havia
manteiga? Quando Napoleão descobriu que só havia manteiga na mesa dele e dos
amigos – costume que perdurou até aos nossos dias – mandou inventar a margarina.
É
preciso cobre para se terem uns cobres? Há sempre uns tipos habilidosos que vão
aos postes e dão sumiço aos fios. Tenho perguntado à minha Estefânia muitas
vezes, se é possível ou como é que é
possível que quem usa o cacetete tão lestamente numa qualquer situação
menor, não consiga ver um camião a descarregar duas ou três toneladas de fio
de cobre roubado, em sucateiros de loja ao vento?
Tenho
que admitir que o focinho da Estefânia nada se abriu, nada me disse.
O
tal mercado negro já não existe! Reconheça-se: agora é mesmo branco e às
claras.
A
polémica que ameaça o sossego da minha gatinha, ter que ir caçar no escuro fora
das vistas das autoridades, já vem de longe. Mas com os governantes simpáticos
e atentos (o Relvas pertence só à segunda categoria) que vamos aturando, vai, cada vez com mais força, desenvolver-se o tal paralelo que não sendo uma figura
geométrica, há-se ser uma pedra bicuda no sapato no Sr. Gaspar.
Há que passar pontes por cima dos obstáculos - desde que não tenhamos que as pagar duas vezes aos donos das portagens! Porque
é verdade, que quem não tem cão, caça com gato. Mas não com a minha Estefânia,
coitadinha!
A
ela só a deixo (não posso evitar, é gato…) ir roubar carapaus ao antipático
vizinho que é membro duma coisa qualquer das que mandam na gente. Ela lá se
arranja…
António, podes crer que continuo a ler as tuas histórias e são momentos em que me divirto. Continua.
ResponderEliminarMargarida